Avistamar é artista visual, produtora cultural, curadora e artista com uma trajetória marcada pelo engajamento em iniciativas voltadas para a população LGBTQIAPN+ nas periferias urbanas do Rio de Janeiro. Em 2018, cofundou o coletivo Humanização no Asfalto, movimento artístico e cultural atuante na Zona Norte da cidade, que se consolidou como um espaço de afeto, resistência e visibilidade para corpos dissidentes.
Dentro do coletivo, assumiu múltiplas funções com sensibilidade e potência: foi produtora executiva de eventos e festivais, curadora e responsável pela expografia de exposições, mediadora de rodas de conversa e oficinas coletivas, mestre de cerimônias em encontros e celebrações, além de coordenadora de feiras de empreendedorismo LGBTQIAPN+, fomentando redes de cuidado e autonomia entre artistas e criadores da comunidade.
Entre os eventos que produziu nesse período estão: a Festa Ato Marias e o Beijaço Suburbano LGBTQ+ no Parque Madureira, ambos realizados em 2018, assim como os encontros Visibilidade da Mulher Lésbica e Trans na Arena Dicró e a Ocupação Artística LGBTQI+ na Pavuna, também no mesmo ano. Em 2019, deu continuidade à sua atuação com o Festival de Visibilidade LGBTQI+ Suburbana na Arena Jovelina Pérola Negra, o evento Humanização na Arena Dicró — que contou com a presença de artistas como Caio Prado, Ventura Profana, Dan Venturi e Love 4 Beyoncé — e a festa Abdução x Salada Mista = Surto Coletivo, além da criação da Residência Abdução, uma programação artística fixa em um bar/bistrô da Zona Norte.
Sua experiência em curadoria e artes visuais também se expandiu para o campo expositivo, com participação em projetos realizados no Centro Cultural Hélio Oiticica, na Arena Cultural Dicró e na UFRJ, todos em 2019. Em 2024, assinou a curadoria e a expografia da exposição Malandro, aprofundando seu olhar sobre visualidades insurgentes e processos coletivos de criação.
No campo do audiovisual e do cinema, desenvolveu uma trajetória diversa, com atuação em direção, direção de arte, figurino e assistência de produção. Em 2021, participou da produção da live show C4LOTE Digital. Em 2023, dirigiu o documentário Quem é você no CAPS?, uma obra sensível que atravessa vivências em contextos de saúde mental. Em 2024, dirigiu e assinou a direção de arte do clipe Perspectiva, da artista KRIKA, e co-dirigiu o clipe Visionária, de KEMILLY. No mesmo ano, co-dirigiu o curta Depois de Você, foi assistente de figurino no curta Obsolescência Programada, e atuou na direção de arte e figurino do curta Odnahnos.
Em 2025, realizou a direção de arte do clipe Eu Abri o Caminho, da cantora Canário Negro, dirigiu e assinou a direção de arte e o figurino do curta Malandro, e foi assistente de direção do curta E Se Tiver Cor?, ampliando seu repertório narrativo com uma linguagem visual atravessada por questões de identidade, memória e território.